O tema de hoje do Balaio Pensante já estava na minha lista de assuntos para serem abordados no blog, porém, com os últimos acontecimentos, achei que esse era o momento ideal para falarmos sobre Sororidade.
A primeira vez que escutei esse termo foi através de uma amiga, e fiquei mega curiosa para entender melhor como era isso, então, para quem também nunca escutou essa palavra, lá vai o seu significado:
Sororidade – é a união e a aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum.
Não sou especialista no assunto, mas acredito que nesta semana muitas mulheres aplicaram a Sororidade sem nem perceber. Sim, estou falando da ação, através das Redes Sociais, feita através do uso das hashtags #ChegaDeAssédio e #MexeuComUmaMexeuComTodas, motivada pelo assédio sofrido por Susllem Meneguzzi através do ator José Mayer.
Importante deixar registrado aqui várias coisas: depois de negar, o ator admitiu realmente ter cometido o assédio; pedir desculpas não faz o assédio desaparecer, muito menos o constrangimento que a vítima sofreu e continuará sofrendo; a culpa não é da roupa da mulher, da postura da mulher ou da própria mulher…respeito é respeito, e ponto final.
Dito tudo isso, volto para a Sororidade, que pode ser virtual ou bem real.
Quando um grupo de mães se reúne para falar sobre a educação dos filhos, sobre os seus sentimentos e seus relacionamentos, isso é Sororidade.
Quando mulheres acolhem e ajudam uma outra que sofreu violência doméstica, isso também é Sororidade.
Quando jovens se reúnem na parada de ônibus, para juntar caminharem até o colégio, temendo a violência urbana, isso é Sororidade.
Provavelmente você já fez, ou faz, isso na sua vida, no entanto, enxergo que nos dias atuais isso precisa ser ampliado e conscientizado, e quando falo “conscientizado”, quero dizer que a Sororidade precisa ser um ato consciente. As mulheres precisam saber que estão fazendo isso, e deixar que seja algo apenas instintivo.
Não basta fazermos uma “aliança de ajuda” com as amigas, também precisamos fazer isso com mulheres desconhecidas, mas que sabemos que precisam ter o seu direito respeitado, assim como acontece com você.
Muitas que entraram na ação #ChegaDeAssédio nunca passaram por algo semelhante, mas a solidariedade (outra palavrinha chave), o sentimento de companheirismo, foi maior do que tudo.
É verdadeira aquela historinha de que “a união faz a força”, então, sozinha, a voz da Susllem, da Maria, da Joana, Tereza, Raquel…iria alcançar poucas pessoa, ou nenhuma, mas quando elas se unem o som vai ser muito mais alto, muito mais forte, e com mais reverberação.
Na minha visão, a Sororidade anda grudada com a solidariedade, então, pare um minuto para pensar como vive aquela mulher que está passando na rua, que talvez, diferente de você, tenha uma vida muito mais difícil.
Se você é essa mulher que está passando na rua, não olhe para aquela que aparenta ter uma vida mais fácil como uma rival. Saiba que vocês, diante do machismo, possuem muitas semelhanças, e isso é cruel.
por, Dani Rabelo